O Brasil está um alvoroço só. Nesse momento, meus vizinhos fazem barulho e gritam porque o Brasil fez mais um gol. Legal é. Todo mundo junto, a família reunida, as festas que vemos pelas ruas. Que seja explícito: não sou contra o futebol, a copa etc e tal. É muito legal sim ver o brasileiro tão feliz, curtindo a copa, ver a interação de culturas distintas, de povos de diversos lugares. Tudo muito bonito, mas e aí, quando isso tudo acabar?

Foram meses de expectativa, e a copa enfim chegou. Já está acontecendo inclusive. O tempo voa e rapidinho é julho, rapidinho é metade de julho, rapidinho saberemos quem é o novo campeão do mundo. O que vai ser depois disso? Se o Brasil ganhar, um pouco mais de festa com certeza. Mais bandeiras, mais verde a amarelo. Se perder, um pouco de decepção. Mas e quando todos os gringos forem embora, e só restar pra gente aqui aquele nosso velho e tão conhecido Brasil?

Como já disse, não sou contra a copa, o futebol, a euforia. Mas sou totalmente contra esse ''tapinha'' que deram no Brasil, esse embelezamento falso, esse banho hipócrita de país perfeitinho. Esconderam nossas sujeiras em baixo do tapete e muita gente está esquecendo que sujeira em baixo do tapete ainda é sujeira, ainda incomoda, ainda existe e uma hora aparece. É uma vergonha esse país onde a corrupção domina a política, o governo rouba, o dinheiro é desviado, é difícil achar algo verdadeiro no meio disso tudo.

A festa da copa é linda, mas do que adianta os estádios com uma educação tão péssima, com uma saúde tão precária? O futebol rende dinheiro, mas sejamos realistas: esse dinheiro não vai pra educação e não vai pra saúde. Nem mesmo os impostos que deveriam obrigatoriamente ser destinados a isso, vem na verdade enchendo cada vez mais os bolsos, cuecas e contas bancárias de políticos ladrões e sujos.

O que fazer com estádios que não servirão nem mesmo de diversão para os mais necessitados, pois as pessoas realmente humildades não possuem condição financeira para assistir jogos de futebol. Uma copa, como disse, Ronaldo, não se faz com escolas e hospitais. Mas um país justo e digno, com certeza, sim.


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